Penso nos olhares. Quantos olhares lindos tive a oportunidade de apreciar no ano de 2015. Olhares de encantamento, desses cheios de brilho. Olhar de criança quando vê algo que toca a alma pela primeira vez. Olhares que criam memórias, com cheiro e brisa.
Lembra de quando tomou chuva pela primeira vez? A dúvida de quem não sabe muito bem porque a água está caindo do céu, mas e daí… o legal é poder molhar a roupa sem culpa. Então! Em 2015 eu vi duas moças, lindas, vivenciarem neve e frio pela primeira vez. Vi como o encantamento anestesia os sentidos, faz com que a gente se esqueça do frio só pra sentir um floco de neve na ponta da lingua ou, melhor, rolar nessa “areia” branca.
Também acompanhei um novo casal, passeando em Lua-de-Mel, estruturando seus sonhos e o futuro juntos. Testemunhei o encantamento no olhar de quem navega pelas águas do St. Lawrence pela primeira vez. A água azul no leito do Rio, que divide Estados Unidos e Canadá nessa parte dos países, ornamentada por lindas casas, ilhas como pequenas vilas, embarcações de todo porte dividindo espaço; homem e natureza vivendo em harmonia e respeito. Uma realidade, infelizmente, ainda distante daquela a qual nos acostumamos em nossa terra natal.
Em 2015, eu ouvi. Ouvi meu passarinho cantar em português conversas inteiras. Conectar com seus pares. Eu ouvi o choro de um bebê sendo batizado, e também o de uma mãe com saudade, e ainda o choro suado da conquista. Quase no final do ano, minha amiga deu a luz no banco da frente do carro, a caminho da maternidade.
O sabor de 2015 foi intenso. Das grandes sensações culinárias finalmente dominei uma receita de pão de queijo, de bolo de cenoura com aquela cobertura de chocolate e açúcar, e escondidinho de camarão (hüh… quem diria hein). Eu e o Barret acabamos elegendo o Bella’s, em Clayton NY, como o nosso escape de verão – cada um com uma caneca do lobster bisquê e meio sanduíche de crabcake BLT. E só pra encerrar, ainda descubro essa super “boutique” de azeites, também em Clayton NY, chamada The 1000 Islands Cruet.
O tempo em 2015 foi bem dos malucos. Extremos nos hemisférios. Em um calor infernal e no outro frio polar. Sim passei frio em 2015. Pra falar a verdade, passei um frio inimaginável. Fevereiro inteiro abaixo de zero. Traumatizei.
Ainda xeretando na memória, vejo que em 2015 aprendi a me olhar e me aceitar melhor, com minhas neuras, mania de limpeza, amor incondicional aos meus meninos, vontade de escrever mais do que eu escrevi (vide este blog abandonado), etc. Aos poucos vou decifrando minhas amarras. Em 2015 teve nova tatuagem, carteira de motocicleta e um violão.
Mas a saudade, essa ainda pega. E ainda assim parece existir só pra me ensinar que sua presença é sinal de felicidade, de momentos que valeram e de pessoas que são meus tesouros.
Saudade é o pulo do coração quando permitimos nossa memória trazer a tona os bons sentimentos.
Que em 2016 nada mude, especialmente esse processo de descobertas. Que apareçam novas sensações pra registrar na memória, mais visitas pra dividir uma xícara de café ou uma noite na fogueira, mais vento no rosto, mergulho no rio, pelo menos uma música inteira no violão e, quem sabe, mais textos.
Até 😉
quisera eu poder escrever o que sinto,parabéns pelas lindas frases, pela linda definição de saudade….mil bjs e um 2016 radiante.
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