Nestes muitos fevereiros…

… entendi que a paixão é fogo que arde a pele, que cega,

e desnorteia o pensamento.

Entendi que é preciso deixar o tempo falar, curar as feridas. Amadurecer.

Compreendi que amor não se “acha” na esquina, mas é como uma planta e deve ser cultivado a partir de sua semente.

Como adubo muito respeito. Gratidão para crescer.

Ao meu amor serei honesta. Porque trair esse sentimento seria o mesmo que trair a mim mesma. E àqueles a quem dedico meu amor: minha amizade, minha cumplicidade, meu respeito.

Assim como um dia escreveu o poeta:

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes – “Soneto da Fidelidade”

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