O despertar da Primavera

Eu me apaixonei por essa região do mundo ainda adolescente, em 1995.

Antes de viajar, pela primeira vez, do interior de São Paulo para o interior de Nova York, as informações que consegui eram referências bibliográficas e um Atlas Mundi (deveras desatualizado). Não tinha Google ou Wikipidia, ou msn., sms, .com. Telefone celular não era um item popular. E fotografia… só vinha depois de revelarmos o filme, geralmente de 24 ou 36 poses* (checa a reflexão no pé desse post).

Eis que, já por aqui, descubro uma pérola da natureza. Um lugar deslumbrante, simples, doce, e que muda de cor conforme os meses se passam: branco, marrom, verde, amarelo, azul, pink, lavanda, laranja, vermelho, vinho, branco, preto. Mas… afora minha narrativa, nos anos 90 não tinha muito mais como mostrar o que estava dizendo.

É por isso que quero compartilhar um pouco 
da beleza dessa região conhecida como
the Thousand Islands .

Quem sabe consigo, com minhas imagens, explicar melhor o quanto esse lugar é lindo.

Como farei isso?

Com um documentário fotográfico. Que tal?

Uma vez por mês, o eSTRANGERa vai publicar uma coletânea de fotografias e algumas dicas e links que ressaltam a beleza natural e o modo de vida Folk dos moradores daqui (eu inclusive). Fecho a série em Abril de 2019. Assim passaremos por Primavera, Verão, Outono, e Inverno.

A ideia é mostrar um pouco desse EUA que tão pouca gente conhece, justamente por não ser parte da rota turística convencional. Essa é uma região encantadora e mágica. Cercada por lagos, mistérios, e um rio que conecta o Oceano Atlântico ao interior da costa Leste Americana e Canadense. Aqui já foi palco de histórias de piratas (os mesmos do Caribe), de soldados, de fantasmas, e de grandes amores (qualquer hora pesquisa a sobre o Boldt Castle, na Heart Island).

Os posts fotográficos desta série estarão sempre 
sob #1000Islands.

Para abrir a Primavera e dar um gostinho do que será esse documentário, quero compartilhar alguns registros de nossa primeira caminhada no Public Deck de Alex Bay, NY.  The Bay, como chamamos esse vilarejo, é uma dessas cidades turísticas que praticamente morrem fora da temporada – tipo cidade fantasma – mas, no verão, esse lugar é o fervo .

Eu, que já bebi a água do Jaguari, agora me jogo nos braços do Saint Lawrence. Esse leito azul, que conecta os Grandes Lagos ao Oceano Atlantico.

Momento Reflexão

–  sendo eu, um ser humano que cresceu e se formou entre os anos 80 e 90, obviamente digo que os anos 90 foram os melhores pra ser adolescente e entrar na vida adulta.

Mas os avanços dos anos 2000 em diante não ficam fora do radar. Vamos combinar que a arte fotográfica ganhou muito. Graças as maravilhas da Fotografia Digital e Móvel registrar e compartilhar o mundo via fotos tornou-se mais acessível e possível pra uma grande parcela de talentos que, até então, não teriam uma oportunidade – única e exclusivamente por razões financeiras. Comprar filmes e revelar fotografias, não eram dos produtos e serviços mais baratos. A fotografia digital pode sim ter tirado muita gente do negócio fotográfico, mas, em contrapartida, foi e continua sendo responsável por incluir talentos na cena fotografia e, assim, ser um dos mais efetivos instrumentos para a promoção da diversidade.

Fica de olho nas galerias do #1000islands.

Até 😉

Nunca gostei de garupa

Estar em uma moto é como tirar um tempo pra meditar. É você e a máquina, em sintonia, equilíbrio, atento às mínimas coisas, ao sopro do vento, à velocidade na curva, aos mosquitos na cara. O barulho do motor como mantra. É você e você. Por isso andar na garupa “sucks“.

Até pouco tempo atrás, não entendia essa relação de homens com esses veículos de duas rodas. A obsessão (quase religiosa) de alguns. Hoje, em meu quarto verão no comando de um acelerador, passo minhas horas vagas fuçando Instagram de motoqueiros e motoqueiras, pesquisando estradas, caminhos, eventos, capacete, customização… enfim… agora eu entendo. Agora eu me considero parte desse grupo. Eu faço sinal quando nos cruzamos na estrada.

Por que faz tanto tempo que não apareço aqui no eSTRANGERa? .. porque é verão, a estação de cair na estrada. E infelizmente, em Nárnia, o verão é curto.

Então.. como eu tenho escrito pouco, segue um registro fotográfico da viagem que eu e o Mister fizemos percorrendo todo o caminho chamado Great Lakes SeaWay Trail – trecho que vai das Thousand Islands até Niagara Falls, no Estado de NY. Esse caminho começa na ponte que liga EUA e Canadá, no rio St. Lawrence, encontra com o Lago Ontario, e segue margeando o lago, por estradas, até as cataratas, que marcam o encontro entre o Lago Erie e o Ontario. Não tem muita foto porque a gente não é “fancy” de camera no capacete (ainda). Mas dá pra ter uma idéia. Espero que vocês gostem.

Pra terminar quero mais uma vez dizer para todas as mulheres que desejam sair da garupa: VAI! TENTA! … vale a pena. Há quatro anos tenho acompanhado diversos grupos e eventos de mulheres e motos, e essa comunidade esta crescendo. Logo trago mais.

Por agora: esse bichinho me pegou ainda pequena, quando andei na Honda que meu pai tinha. Adolescente pilotei um “walk machine” (popularmente conhecido em São João da Boa Vista como “patinete motorizado”). Ainda adolescente saia de mobilete com minhas amigas Tha e Van, depois de NX (nós três numa moto só afff .. hoje em dia). Com meus primos Beto (Lobo), Emerson, e Marcela, sempre que dava tomava uma cerveja nas rodas motociclísticas de Campinas. E daí vem a vida.. um turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo e as paixões (mesmo aquelas que vc nem sabe que tem) ficam pra depois.

Não… eu nunca gostei de garupa. E agora menos ainda!!!!! #raisehellbabes