Número 38

Não é só um numero. Não é um ano a mais. É um tempo. Um tempo de conhecimentos e de experiências acumuladas. O meu tempo.

Tive época de desenvolver meu sistema motor, cognitivo, afetivo. Aprendi cheirar, saborear, ouvir, sentir, ver, me mexer, pegar, rolar, sentar, andar. Aprendi chorar e sorrir. Aprendi sobre feições. Sons. Aprendi falar.

E depois ainda vieram: segurar, colorir, numerar, correr, subir, pedalar, me ralar. Só então aprendi escrever.

A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X  Z (naquele tempo não tinha KWY). Aprendi ler.

Então foi a vez de começar imaginar, sonhar, dançar, e planejar. Fortificar laços. Entender a amizade. A dor de me frustrar. Aprendi Beijar. Amar.

Teve essa época maluca que veio depois: colegial, EUA, faculdade. Comunicação Social. Pra ficar na memória, meu coração emocional. Na parte boa da palavra Saudade, que na minha interpretação está diretamente ligada ao futuro.

E claro, depois disso tudo eu ainda aprendi pagar imposto, fazer contas, bater cartão. Comprei um carro (que levou três anos pra pagar). Militei. E me decepcionei.

38 1Namorei. Larguei. Namorei. Fui Largada. Namorei. Não deu certo.

Fiz mudança… várias vezes. Um saco (sério, detesto empacotar… me distraio demais e demora muito)

Daí eu cansei. Queria voltar lá no sonhar e planejar, mas o meu tempo pulou uma parada estratégica, aquela em que eu aprenderia realizar.  Aprendi rezar e meditar.

Meu tempo então me deu um tempo.
Pra ser mulher.

O meu tempo agora é 38. Ele vem com dois amores e uma cachorra, algumas tatuagens, dois países, um violão preto, um capacete de flor, algum equilíbrio (desde que não seja a terceira semana do ciclo), sangue pra cabeça e uma vontade louca de criar.

 

E vem coisa bacana por aqui. A todos vocês, que estão comigo nesta jornada: Obrigada!

Até 😉