I am temporarily leaving activism (and I’m conscious this is the worst time to do it)

To be in the activism field is tiresome. Then, there is to be in the feminine activism field nowadays. It is frustrating, confusing, and just as demanding as it is necessary.  But I need to step out. Temporarily. 

Therefore I’d like to make a point: to be active and engaged in any sort of human rights movement may vary accordingly to your geographical location. Which may cause the demands to double. 

I tried. I tried to manage it all. But my activism is taking away precious personal development time. And I can’t afford that anymore.

You see, as I grow and learn more and more about women rights, I realize there is one fundamental fact that unites all the fronts, and waves, and groups of feminism: financial stabilization. They all agree that it is mainly due to financial reasons that women, all over the world, are still being abused, harassed, diminished, etc.

Money is power. And on that , we can all agree (even if you don’t admit it).

It's a delicate situation

I need to focus on rescuing my financial independence, and my professional pride. I need to focus on life, on dealing with personal issues. I want to focus on my family,  in raising my son to become an honest and respectful adult man. So this is all pure selfishness. 

But, to me, life sometimes gets to a point in which we need to choose a path, and this may be one of those moments to me. So, I am picking my life and my family. 

The fact is, I’m a journalist, I’ve always been one, and I will always be one. I learned to observe and to investigate, and to listen to both sides. I made a commitment to myself, and to the ones reading my stories, that I would be true, honest, and impartial.  This “journalistic/sociological” background has allowed me to see, over the last five to six years, that non-profits are a sort of “feel good/do good” kind of corporation, holding to its own set of rules, agenda, and priorities.   

Big non-profits are amazing organizations with headquarters, CEOs, CFOs, Directors, Boards, and employes. They also have franchises,  and members, who are people contributing an annual fee to support the cause, and who also volunteer time, knowledge, and experience.  They do fantastic work around the globe and are definitely necessary. The problem is that they can overwhelm you.  And, right now, I am burned out. 

Here is something that I often ask myself: how do I feel about being an activist now? And my most frequent answer is

“I feel useless, and used.” Go figure. 

Photo by burak kostak

 I feel like I don’t do enough. Because I’m not out there protesting and marching. And to be clear here, I can’t even vote. 

By the way, you should know that I also just failed the civics test to become an American citizen. Yes, against all the odds, I got 5 out of 10 answers wrong. Apparently, I’ve done the impossible (which was to fail such an easy test) and became an example.

To quote my dearest worst boss ever (not being sarcastic), who happened to be a woman, it’s just like “I swim, swim, and swim to then die by the beach.” 

I need a break, to make myself great again (yes, I am sarcastic now) because right now I’m drained. I am at my absolute limit, and still, I feel irresponsible and sorry for letting others down.  

So then what? 

In her 2017 book “It’s Messy: on Boys, Boobs, and Badass Women,” personality and activist Amanda de Cadenet – photographer, founder of “Girlgaze” and co-founder of the #Metoo movement – mentions how financial stability and independence are essential for a woman. Even thou, we are from entirely different worlds, Amanda’s essay collection felt close to me in many aspects, after all, we are a generation who started adulthood in the pre-social media era. Besides her hard times, and all her doubt, she made herself into the influencer and the professional reference she is today, and through her success, she became able to help more and more girls, giving them a place to express their voices and do not feel a stranger. Her book got me by its title, and I very much recommend the read. 

I believe that education and knowledge are the only weapons for the change. I think that all women should know more, so they can fight and fend for themselves. That’s what I work for. I work for what I believe can change the world. 

Don’t they say that sometimes we need to take a step back, to jump forward? Girls, it is so hard to just to let go. Feels like failing. Yet, here I am making a public statement: I am out.  And during this time, I will educate myself about my chosen country’s working rules. I’ll take back my professional pride. I’ll be assertive, I’ll be understood, and most of all, I will be successful because of my beliefs. 

 

Thank you!  ‘till next time!
😉 

Precisamos falar sobre dinheiro

Você sabia que, de acordo com IBGE, as mulheres no Brasil recebem cerca de 33% a menos que os homens? Os motivos para que essa diferença exista são inúmeros, o que torna difícil (muito difícil) uma conversa sobre o tema sem causar polêmica, e pessoas alteradas na platéia. 

Disparidade salarial entre homens e mulheres ainda é tabu. Porque parte desses motivos são sim causados por opções das próprias mulheres – por exemplo, nós mulheres temos certa tendência em optar por profissões de menor rentabilidade – por exemplo, as proporções de gênero em uma sala de aula de um curso de Comunicação e um de Engenharia. Mas do outro lado da balança está um sistema social que sempre privilegiou os homens, dando a eles mais oportunidades profissionais e menos responsabilidades no lar. E antes que os primeiros fervorosos da platéia se levantem, vamos combinar de não entrar no assunto dinheiro doméstico, ok?! 

IMG_6564
Rizzo durante a AAUW-NYS Conferência, em April de 2018

Recentemente eu conheci a história de uma Matemática Americana chamada Aileen Rizzo (photo), que descobriu em uma “conversa de corredor” que seu colega de trabalho – recém contratado e com menos experiência e formação que ela – já recebia $13 mil a mais, por ano.

 

Em princípio, a Aileen não quis acreditar e chegou a confrontar seus superiores para saber mais informações. Na época, com duas filhas pequenas, uma terceira a caminho, e sendo a principal fonte de renda da família, ela ficou em dúvida sobre o que fazer.

Mas, segundo ela mesma conta, foi justamente por suas filhas, que a Aileen encarou uma briga com o Departamento de Educação do Condado de Fresno, na California, e em April de 2018, quase 7 anos depois, saiu vencedora.

Clique aqui para saber mais sobre a história da Aileen. (em inglês)

De volta ao tema, quero te perguntar uma coisa:

Você fala sobre salário com seus colegas de trabalho?  

Você sabe quanto eles ganham?

Tenho a impressão de que se você está lendo esse post, é porque já andou fuçando no eSTRANGERa. E se isso aconteceu, nos identificamos. E se nos identificamos, talvez você já tenha ouvido essa frase em algum momento da sua vida:

“Não é educado falar sobre dinheiro”. 

Ouvir a história da Aileen me fez confrontar minha própria história, e minha relação com “a conversa sobre dinheiro”. Eu tenho essa hipótese de que grande parte de nós mulheres, vivas e ativas na sociedade, pertencemos a uma geração que aprendeu, talvez ainda na barriga de nossas mães, que “não devemos falar sobre dinheiro”. 

Não devemos, por quê? Quem foi que falou isso? Por que não é educado perguntar sobre dinheiro, estabelecer nossos limites, e o valor de nosso trabalho? Por que não perguntar?

Daí que se hoje, ainda, brigamos por oportunidades iguais, é porque, entre outras coisas,  já passou da hora de colocar a questão do pagamento, do salário, do rendimento, do valor da sua hora, na mesa. Em cartas claras e limpas. Temos que falar sobre dinheiro. 

Mais que isso, temos que ensinar as mulheres a falar sobre dinheiro, sem medo e sem culpa. Temos que quebrar o tabu. É preciso entender que ainda estamos presas a um condicionamento cultural que não tem espaço em uma sociedade, na qual mais de 40% dos lares é chefiado por mulheres.

Se ainda existe uma tremenda diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil, falar sobre dinheiro no ambiente de trabalho – assim como já falamos sobre o final de semana ou o preço da carne no supermercado – talvez seja um dos passos a caminho da igualdade.

 

Badass é a palavra do mês

Gosto da palavra em inglês “Badass”. Tanto que escolhi pra ser a minha palavra do mês aqui no eSTRANGERa. Essa nem é uma palavra assim,  como diríamos, “polida”. É quase que um palavrão, diga-se a verdade. E é exatamente essa característica rebelde o que mais me atrai em Badass. Gosto, especialmente, como adjetivo para descrever mulheres determinadas, independentes, bem resolvidas, destemidas, arretadas, poderosas, etc etc. 

Badass é um daqueles palavrões inocentes. Ass, em inglês, é gíria para bunda (ou anus). E Bad… sabemos que significa mau/mal. Outra graça dessa palavra. E eu nem vou me aprofundar na participação da “bunda” nas discussões sociais, culturais, e economicas do mundo, porque essa não é a função deste texto. 

Daí que como as coisas nessa vida são interligadas, me dei conta que muitas das mulheres que cruzaram meu caminho nos últimos meses, e muitas das que são parte da minha “rodinha” preenchem a descrição de Badass no dicionário. 

Inspirador! Sim Senhor!!! 

Eu, por exemplo, me sinto super Badass quando estou com a minha moto. E só mesmo essa palavra pra descrever. Juro que não encontro outra! Até porque, mesmo já pilotando há mais de 6 anos, ainda me é surreal o fato de eu ter uma “minha moto”. 

IMG_0116
conheça o Brammoto.net

Pra além de minha recém descoberta paixão pelo estilo de vida biker, pilotar me dá um senso de equilíbrio, de liberdade, de pertença. É no “barulhento silêncio” dentro do meu capacete que eu medito e resolvo meus problemas.

 

Também espero inspirar outras mulheres que só precisam de um empurrão pra começar na pilotagem.

Badass e feminista: uma coisa puxa a outra.

Recentemente as meninas do M.E.U., que é um grupo prol formação de Lideranças Femininas no ambiente Universitário, compartilharam em nosso grupo do WhatApp um artigo no qual a Presidenta do Banco Santander, Ana Patricia Botín, afirma que há 10 anos ela teria dito que não é feminista, mas que hoje sua resposta é outra (CLICA AQUI pra ler a matéria no El Pais Brasil).

Isso porque passamos a dar mais atenção às questões de gênero e, consequentemente, começamos investigar, perguntar, e falar sobre o que nos incomoda.

Feminismo deixou de ser uma palavra com cheiro de sutiã queimado, e virou sinonimo de humanismo. Sim, porque quando a gente luta por melhores condições e oportunidades iguais para as mulheres, estamos lutando por um mundo mais justo e melhor para todos.

Assim como a Ana Patrícia, eu também não me assumia feminista no passado, muito por minha completa ignorância sobre o assunto, até então. Já aqui na gringa, até como forma de colocar meu nome no mercado, passei a me envolver com trabalhos voluntários e busquei programas/grupos/ongs que focassem em Educação. Assim acabei me envolvendo com a AAUW. Foi então que “sai do armário” (com sutiã e maquiagem).

Penso que é importante entender que Feminismo não é ideologia. Feminismo nada mais é que fazer a diferença, enquanto buscamos igualdade e justiça. Não é preciso grandes atos (tipo fogueira de sutiã). A gente pode começar “fazer a diferença” dentro de casa, pela forma como falamos com nossos filhos, os alimentos que escolhemos, e como nos relacionamos com nossos parceiros. Feminismo é viver em comunidade: cooperando, colaborando, compartilhando.

IMG_6625
Essa aqui é a jovem estudante Aasha Shaik, membro da UN Girls. Tive a oportunidade de ver sua apresentação sobre “Vulnerabilidade e o Poder das Meninas”. Essa moça encarou uma sala lotada de pessoas bem mais experientes e deixou todo mundo pronto pra uma batalha.

Before I go

 

Uma boa fonte de informação e conteúdo empoderador e focado na mulher é a Ong Brasileira Think Olgafundada pela Jornalista e Ativista Juliana de Faria. Vale muito a pena conferir porque informação é poder.